MEC cancela Enem 2009 por susp

 

O Ministério da Educação (MEC) anunciou no dia 1º de outubro a suspensão da prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) --que deveria ocorrer entre os dias 3 e 4 do mesmo mês--, após o conteúdo das questões vazar. A decisão foi tomada pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, e pelo presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Reinaldo Fernandes. Quatro milhões e cem mil estudantes estavam inscritos para fazer as provas.

O cancelamento do Enem foi informado após denúncia feita pelo jornal "O Estado de S.Paulo". Segundo a reportagem, o jornal foi procurado por dois homens que informaram ter recebido o material no dia 28 de setembro de um funcionário do Inep, órgão ligado ao MEC. Eles apresentaram a prova e pediram o pagamento de R$ 500 mil por ela.

O caso está sendo apurado pela Polícia Federal, que já indiciou cinco suspeitos de envolvimento. O novo exame foi remarcado para os dias 5 e 6 de dezembro.

Reformulado em 2009, o Enem foi a única forma de seleção em 24 das 55 universidades federais. O exame é usado por federais também para substituir a primeira fase do vestibular, para compor a nota e nas vagas que sobrarem. Em 2009, o número de inscritos foi o maior registrado nas 11 edições do exame, com 4.147.527 candidatos.

 

Segurança

A segurança da prova tem sido uma preocupação desde que o Enem mudou seu formato e se propôs a selecionar candidatos como um tipo de vestibular. Na época do anúncio do novo formato, no início de abril de 2009, os reitores da universidades federais haviam expressado seu temor em relação à segurança da prova.

Edward Madureira Brasil, vice-presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) disse: "Nos preocupa a forma de aplicação e a segurança de todo o processo. O Inep [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira, que realiza o Enem] tem um nível de segurança diferente do de um vestibular", afirmou à época. De acordo com Brasil, como o Enem, até o ano passado não selecionava alunos para as universidades federais, os vestibulares tinham um "aparato de segurança" maior.